domingo, 8 de fevereiro de 2009

Patagón I - de Mercedes à Bahia Blanca


Dia 7 de março de 2006. Estamos em Mercedes, na Província de Buenos Aires. São 7 horas da manhã e começamos o movimento para mais um dia de viagem. Nos dois primeiros dias rodamos 1.375 km e hoje faremos um trecho de 700 km até a cidade de Bahia Blanca. É assim que planejamos a viagem, fazer trechos entre 600 e 800 km ao dia, num ritmo que julgamos adequado para curtir os lugares e as paisagens, sem sacrificar demais a parte física!

O café da manhã é frugal na pousada, como é de costume em toda a Argentina. Nada comparável com os cafés no Brasil. Apenas uma taça de café com leite e algumas torradas com margarina ou geléia. Senti falta das “medialunas”! Bem, tomamos esse café simples e começamos o ritual diário de arrumar as tralhas nos carros e preparar a jornada do dia. Depois disso e de uns telefonemas para as famílias, na partida, já são mais de 9:00 horas.

Saímos de Mercedes pela ruta 5, em direção à Trenque Lauquen, para depois tomarmos a ruta 33, direto para Bahia Blanca. Ao longo do dia seguimos bem, sendo que as únicas notas do trecho foram a passagem por uma barreira da Gendarmeria Nacional, um trecho de estrada com um pouco de chuva e a segunda guiada da Márcia. Em Trenque Lauquen paramos num posto YPF full e fizemos um bom lanche. Aproveitei para dar um telefonema e falei com o meu pai, avisando que tudo estava indo bem. Embora desde adolescente eu andasse metido em “aventuras”, algumas até arriscadas, eu nunca gostei de deixar os meus velhos preocupados e sempre procuro dar notícias!

Seguindo em frente, ao final da tarde, chegamos em Bahia Blanca. O trânsito estava movimentado, tenso, mas tudo sob controle. Os mapas que trouxemos das áreas urbanas auxiliaram bastante. Bahia Blanca é uma das cidades mais importantes do sul da Argentina, em virtude de sua situação geográfica e pelo desenvolvimento industrial. Também é uma cidade universitária, com muitos jovens atraídos pelas qualificações da universidade local. O único problema foi encontrar lugar para o pouso!!!

Tinha feito uma pesquisa prévia para uma hospedagem econômica, mas a minha idéia não funcionou. O lugar escolhido só tinha um quarto comunitário e as meninas não aprovaram. Aliás, quem escolhe as acomodações são elas. Se elas aprovam, tudo bem; caso contrário, nada feito! Então combinamos assim, Fernando e eu encostaríamos os carros e permaneceríamos por perto, pois com toda a bagagem no interior nós não nos sentiríamos à vontade para sair da volta dos veículos. Enquanto isso, Márcia e Martinha sairiam para pesquisar alguns hotéis próximos. Depois de um bocado de espera, o Fernando também resolveu contribuir e caminhou até um pequeno hotel, próximo de onde estávamos, para fazer uma avaliação. Nesse meio tempo regressaram as meninas com algumas informações. Sim, havia alguns hotéis disponíveis, mas muito caros para a nossa previsão orçamentária. Mau sinal e já estávamos cansando depois de mais de uma hora de buscas! Passados mais uns instantes, Fernando retorna empolgado e com ótimas informações do pequeno hotel. Tinha vagas e o preço era convidativo! Perfeito, mas ainda faltava o aval das garotas. Lá foram elas averiguar! Arranquei o carro para chegar próximo do hotelzinho e fiquei esperando do lado de fora, do outro lado da rua. Mais uns momentos e elas voltam. Notei que vinham com um “ar estranho” e, quando atravessam a rua e chegam perto de mim, estouram as duas numa gargalhada incontrolável, insana! Fiquei com uma cara de espanto, sem conseguir entender nada do que estava passando!!! Aos poucos elas foram retomando o controle e contaram que o hotel lembrava um filme de horrores. O hotel era sombrio e úmido e o encarregado, muito estranho, mais parecia o Conde Drácula, tendo ao seu lado um gato preto deitado sobre o balcão da recepção. Ao lado, dois velhinhos sentados na sala lembravam duas múmias saídas do sarcófago. Mesmo assim, elas tiveram coragem e foram ver os quartos. Eram horriveis, pequenos e abafados e o banheiro não tinha chuveiro, ou melhor, tinha sim, um caninho bem em cima do vaso sanitário. O negócio foi tão sério que elas ficaram se contendo diante daquela situação insólita e, quando se viram livres, não se seguraram nas gargalhadas. É claro, tudo isso potencializado pela “ótima indicação” advinda do Fernando!!!

Assim, refeitos, continuamos a busca. Arrancamos os veículos e, para nossa sorte, logo ao virar numa esquina, encontramos um hotel interessante, com preço acessível e “cocheras”! Ufaa, as menimas desceram e aprovaram após a vistoria! Que ótimo! Agora poderíamos descansar, livres, é claro, de uma dentada no pescoço!!!

Um comentário:

Anônimo disse...

Olá,
Pretendo fazer uma viagem de carro à Argentina e gostaria de saber uinformações sobre o trecho entre Buenos Aires e Bahía Blanca, especialmente sobre abastecimento. Meu destino final é Bariloche e se vc tiver informações também sobre o trecho seguinte, entre Bahía Blanca e Bariloche, gostaria de saber.
Meu e-mail: luciamendes2008@yahoo.com.br
Obrigada.

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