sábado, 25 de outubro de 2008

A Expedição Patagón


A primeira viagem para a Patagônia foi carinhosamente denominada de Expedição Patagón, uma forma de referência aos povos indígenas que habitavam a região, denominados de "Patagones" pelo navegador Fernando de Magalhães em sua viagem de exploração da passagem entre os Oceanos Atlântico e Pacífico. A viagem foi pensada conforme descrito nos próximos parágrafos, porém foi realizada com algumas alterações para ajustes frente algumas situações que ocorreram antes e durante a viagem!

Partindo de Porto Alegre, em direção à Santana do Livramento/Rivera, atravessaremos a banda oeste do Uruguai e cruzaremos para a Argentina em Paysandú/Colón. Seguiremos então até Buenos Aires pela Ruta 14. Em Buenos Aires gastaremos um ou dois dias para uma última checagem dos veículos, aprovisionamento para as etapas seguintes e, porque não, para conhecermos um pouco mais da bela capital argentina.

A partir de Buenos Aires iniciaremos a fase focal da expedição. Primeiro objetivo, Península Valdez, paraíso natural da fauna oceânica. Largando de Buenos Aires pela Ruta 2 seguiremos por Mar del Plata e depois, pela famosa Ruta 3, até Bahía Blanca. Após, chegaremos em Puerto Madryn, base para a exploração da península. Neste local estão previstos dois dias para o avistamento de fauna, exploração e caminhadas pela península.

Da Península Valdez partiremos num tiro longo, com mais de 1600 quilômetros, em direção ao sul, até chegarmos no segundo objetivo da viagem, o Parque Nacional Los Glaciares. Seguindo pela longa e por vezes monôtona Ruta 3 passaremos por Comodoro Rivadavia, Rio Gallegos, até El Calafate, base para a exploração do parque. O parque é famoso pelos fantásticos glaciares, destaque para o Perito Moreno, que caem nos Lagos Viedma e Argentino. Passaremos dois dias na região, visitando os glaciares e realizando caminhadas em trilhas locais.

Do Parque Nacional Los Glaciares seguiremos 245km para o norte, até El Chaltén, onde visitaremos o famoso Monte Fitz Roy, paraíso dos andinistas, com belas montanhas e trekkings fantásticos.

De El Chaltén começaremos o retorno para casa, mas a expedição ainda não estará finda. Tomaremos a Ruta 40, estrada de ripio (pedriscos que adoram saltitar e estourar o parabrisa dos veículos) cruzando o fascinante deserto patagônico e seus grandes relevos. Nesse caminho visitaremos “La Cueva de las Manos Pintadas”, sítio de arte rupestre datado de 9.300 anos, Patrimônio Cultural da Humanidade pela UNESCO.

Seguindo de “La Cueva de las Manos Pintadas” para Perito Moreno, daí sim, começaremos o nosso retorno. Continuaremos para o norte pela Ruta 40 passando por Esquel e Bariloche. Tomando as Rutas 237 e 22 iremos em direção à Bahía Blanca e depois até Buenos Aires pela Ruta 3.

Daí para diante o caminho segue o inverso da largada. É o trecho final de uma expedição que promete ser fantástica e inesquecível!

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Esboçando o roteiro de uma expedição

A fase de planejamento da primeira viagem para a Patagônia durou quase um ano, de abril de 2005 até fevereiro de 2006. Poxa, dirão alguns, que exagero!!! É, pode até ser, mas eu aprendi muito nesse período, além do mais o conhecimento acumulado veio a ser muito útil no planejamento que estava em curso e nas viagens seguintes.
Durante esse período foram estabelecidas definições muito importantes a respeito da viagem. O percurso da visita abrangeria a partida do Brasil, um breve trajeto pelo Uruguai e seguiria imediatamente para a Argentina, até a cidade de El Calafate, na Província de Santa Cruz, finalizando então com o retorno ao Brasil. A duração da viagem seria de 22 dias entre a ida e a volta. O meio de transporte seria por via terrestre, com o uso do veículo particular. O trajeto teria o formato de um circuito, descendo pela costa leste, mais próximo ao litoral, e retornando pelo oeste, junto da Cordilheira dos Andes.
E porque ir somente até El Calafate e não incluir Ushuaia, ou mesmo adentrar no Chile, que estaria logo ali ao lado? Simplesmente porque a Patagônia é enorme e a opção foi por conhecer menos lugares, investindo o tempo disponível de modo mais consistente em determinadas atrações da região.
Gasta-se uma vida e não se consegue conhecer toda a Patagônia, tamanha é a sua imensidão!

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Planejando a viagem


Bem, para mim, planejar é fundamental. É a melhor maneira que eu encontro para otimizar o tempo que estará ao meu dispor durante a viagem. Conheço viajantes que apreciam o improviso e os imprevistos de uma viagem, que se deixam levar pelo que vier ao seu encontro. Nada a opor, trata-se de um estilo pessoal, porém não é o meu, decididamente. Prefiro começar a viajar mentalmente, muito antes da viagem propriamente dita. Adquirir um bom guia de viagem ajuda bastante. O melhor é ter mais de um guia, na medida do possível, pois nenhuma publicação pode ser considerada completa. Abaixo eu coloco uma lista com algumas sugestões de guias que tenho utilizado para viajar na Patagônia:

- Argentina. Danny Aeberhard, Andrew Benson e Lucy Philips (tradução Eliana Rocha) – São Paulo: Publifolha, 2004. Trata-se de uma famosa série denominada Rough Guides. Descrito como um guia “cru” ou “rudimentar”, é uma publicação com linguagem acessível, bem resumido, contendo boas indicações e bem interessante. É leve e pode ser facilmente carregado na mochila ou na mão mesmo.

- Chile. Melissa Graham (tradução Carlos Mendes Rosa) – São Paulo: Publifolha, 2005. Da mesma série Rough Guides. Valem os mesmos comentários do anterior.

- Guia Criativo para o Viajante Independente na América do Sul. Zizo Asnis e colaboradores. Porto Alegre: Trilhos e Montanhas, 2005. Site: www.oviajante.com. É um guia feito por brasileiros, para brasileiros. Os guias disponíveis no mercado, em quase sua totalidade, são provenientes de traduções de guias estrangeiros. Este guia procura, digamos assim, focar no jeito de ser e de gostar dos brasileiros e pensa também nas possibilidades financeiras da nossa gente, geralmente com recursos reduzidos para viajar. Em seu conteúdo estão compreendidas a Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Guiana Francesa, Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela. Considero-o uma boa referência, embora não tenha me acertado com suas dicas de hospedagem. O interessante é que o organizador é uma pessoa acessível e sugestões de melhoria serão bem recebidas. A mesma editora dispõe de outros guias de viagens seguindo a mesma linha de publicação.

- Chile & Easter Island. Charlotte Beech e colaboradores. Lonely Planet, 2006. Site: www.lonelyplanet.com. É uma publicação em língua inglesa, cujos autores são viajantes independentes, que produzem suas informações a partir de suas experiências próprias. Considero um guia muito completo, em formato compacto e fácil de carregar. Apresenta muitas dicas interessantes em várias áreas, principalmente para aqueles que curtem a natureza e os esportes radicais. Também tem seu irmão que aborda a Argentina.

Bem, estas são apenas algumas sugestões, pois existem inúmeros guias e incontáveis sites com dicas que auxiliam no planejamento de uma viagem para a Patagônia e América do Sul. Mais adiante eu abordarei outros tipos de referências, tais como mapas de estradas e guias de fauna e flora. Valeu!

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