domingo, 26 de junho de 2011

Cartagena de Índias ... continua o passeio pelas "calles".

Um dos amigos do Viajando na Patagônia e América do Sul é o Cláudio, blogueiro do Fotografia e Ambiente. No último post que eu escrevi sobre Cartagena de Índias ele deixou o seguinte comentário: "Ao ver estas fotos, a primeira impressão que tenho é pela vontade de sair caminhando sem rumo pela cidade." Acho que com esse comentário o Cláudio sintetizou muito bem o que eu tenho procurado passar a respeito de Cartagena de Índias. É uma cidade maravilhosa e, sem sombra de dúvidas, é muito bom perder-se em suas ruas coloniais, buscar descobrí-las aos poucos e ser surpreendido em seus lindos detalhes.
Para entender um pouco mais sobre a estrutura urbana de Cartagena de Índias, e aproveitar melhor o que eu pude conhecer nesse paraíso, eu busquei algumas informações acadêmicas adicionais a respeito da cidade. Para tanto, eu transcrevo um trecho da dissertação de mestrado de Luisa Duran Rocca, A cidade colonial ibero-americana - a malha urbana, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul - Faculdade de Arquitetura (2002).
"Os quarteirões são polígonos de diferentes dimensões e formas em função do traçado das ruas. ... O tipo de edifício que predomina é a casa de pátio, que ocupa toda a frente do lote e define uma caixa de rua contínua. Os pátios e os fundos, traspátios, têm abundante vegetação própria do clima tropical. ...
Os lotes maiores, naturalmente correspondem às casas nobres, configuradas ao modo dos palacetes italianos renascentistas. São chamadas localmente de casas altas. Esse tipo tem dois pavimentos. O primeiro para atividades comerciais e moradia dos escravos. Esse primeiro pavimento tem um mezanino chamado de entresuelo. O segundo pavimento é para a moradia dos donos. Tem elaboradas sacadas de madeira, herdadas da tradição canária, e mirantes, próprios das cidades portuárias do mediterrâneo. As casas bajas, ou seja, térreas, correspondem aos bairros de classe média – San Diego – e aos populares – Getsemaní, também se estruturam ao redor de um pátio, no entanto, são menores, com um andar sobre a rua e com possibilidades de um segundo pavimento no interior." 

Réplica da Índia Catalina, junto à casa do Festival
Internacional de Cinema de Cartagena de Índias.
Hotel Charleston Cartagena, que hospeda os "grandões".
O Rei de Espanha era um dos hóspedes daqueles dias.

As casas coloniais altas, as moradias dos senhores abastados, no bairro da Catedral.
Plaza de Santo Domingo, onde está localizada uma das famosas esculturas de Botero.
Pátio interno de um palacete.

Plaza Bolívar, o libertador da América espanhola.
Palacio de la Inquisición, onde esteve instalado o tribunal de castigo do Santo Ofício,
desde 1610. O palácio possui uma esplêndida entrada barroca em pedra.
Atualmente é um museu que exibe os instrumentos de tortura da Inquisição.
Palacio de la Inquisición. A janelinha à direita é chamada de ventana de las denuncias.
Aqui eram jogados bilhetinhos denunciando pessoas ao tribunal da Inquisição.
Pátio interno de uma casa alta. Pode-se apreciar esses lindos pátios internos nas
casas utilizadas como prédios públicos, museus, bancos e hotéis.


Detalhes da estrutura urbana, a caixa de rua contínua e as moradas com sacadas,
mencionadas no texto na dissertação de Luisa Duran Rocca.




Rua com residências coloniais da classe média, de um piso, no bairro de San Diego.
Las Bóvedas, onde funcionavam as masmorras e depósitos de munição. Constitui a última construção
de importância no período colonial (1796). Na atualidade funciona um centro de compras para turistas.
Las Bóvedas.
Monumento à Índia Catalina, homenagem aos índios caribes.
Catalina teria sido a intérprete do espanhol Pedro de Heredia na chegada dos consquistadores.
Aqui fica a principal entrada da cidade histórica, ligando-a com o continente.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Cartagena de Índias: Plaza do Porto e a Iglesia de San Pedro de Claver.

Com a erupção do Puyehue eu fiquei uns dias sem escrever, acompanhando a situação, mas agora voltamos aos posts sobre Cartagena de Índias. 
Cartagena é uma cidade colonial que possui uma malha urbana reticular, típica de algumas cidades caribenhas do século XVI. As ruas foram definidas para unir as estruturas de segurança das muralhas, os baluartes, com os acessos e as praças internas. Passando a  Puerta del Reloj e seguindo-se à esquerda chega-se na Praça da Alfândega e Porto. Depois que voltamos ao Brasil e começei a ler algo sobre a cidade é que descobri um detalhe curioso; Cartagena não possui uma praça principal, mas sim várias praças especializadas e algumas de uso doméstico. Neste caso a praça sobre a qual relato pertenceu ao período do porto colonial e da antiga alfândega. Mais tarde foi construída a Alcaldia de Cartagena. Aparentemente não tem nada de muito interessante por aqui, mas nesta praça está localizado o escritório de turismo, onde você pode encontrar informações e mapas da cidade.
Seguindo-se um pouco adiante chega-se na Iglesia de San Pedro de Claver, cujo nome é uma homenagem ao monge espanhol Pedro Claver (1580 - 1654), o protetor dos escravos, pois cuidava dos negros traficados da África. O religioso foi a primeira pessoa canonizada do Novo Mundo. Esta igreja, assim como as muralhas de Cartagena, é feita de blocos de coral.
Após a igreja, seguindo o contorno das muralhas, passamos na lateral do Museo Naval del Caribe. Não chegamos a entrar para conhecer as coleções, mas o que nos chamou a atenção foi a sacada do prédio, que segundo o nosso guia Maurício, é a sacada de madeira mais longa já construída, com mais de 40 metros de extensão. O nosso passeio seguiu pelas ruas de Cartagena e sobre isso eu vou contar nos próximos posts!

Praça da Alfândega e Porto.
Alcaldia de Cartagena (à direita).
Iglesia de San Pedro Cláver.
San Pedro de Claver, o "apóstolo dos negros".
A lateral do Museo Naval del Caribe e sua longa sacada de madeira.


sábado, 4 de junho de 2011

Erupção do Vulcão Puyehue

Algumas horas atrás o vulcão Puyehue entrou em erupção. Este vulcão está localizado na cordilheira dos Andes, entre o Chile e a Argentina, pelo lado chileno. Para situar melhor, o vulcão está próximo da ruta 215, que liga Osorno (Chile) com Villa La Angustura (Argentina). 
A imagem abaixo mostra uma das primeiras fotos das cinzas expelidas pelo vulcão. Essas cinzas rumaram justamente para a cidade de Bariloche e localidades próximas, causando transtornos graves à população da região. O site do blogueiro Fabio Baccaglioni está postando fotos e relatos interessantes diretamente da região - http://www.fabio.com.ar/4508. O passo Cardenal Antonio Samoré foi fechado por motivo de segurança. Em 2008, durante a expedição batizada de Patagón III, nós cruzamos a fronteira entre o Chile e a Argentina através desse passo. É uma região belíssima, caracterizada pelas altas montanhas, florestas temperadas e lagos glaciares. Vale acompanhar a repercussão!

Fonte: http://on.fb.me/lLWOhN
Recordação da nossa passagem pela Paso Cardenal Samoré, em 2008.
Esta é a região onde ocorreu a erupção do vulcão Puyehue.

É uma região de lindas montanhas e lagos glaciares, fantástico!
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...