domingo, 29 de maio de 2011

Cartagena de Índias: as muralhas e baluartes

Dia 15 de março de 2011. Estávamos no segundo dia de visita em Cartagena de Índias. Depois de fazermos um reconhecimento descompromissado no dia anterior, nesta segunda oportunidade partimos para uma exploração mais detalhada, com atenção aos detalhes históricos. Para nos auxiliar na tarefa estávamos acompanhados do guia de turismo Maurício Marquez, sobre o qual já falei no post anterior.  
Obviamente que um dos primeiros detalhes de Cartagena que chama a atenção dos visitantes são as suas extensas e robustas muralhas. Fundada por Pedro de Herédia em 1533, em localização privilegiada, com porto oceânico protegido e próximo da foz do rio Magdalena, o qual permitia o acesso ao interior da região, logo tornou-se um ponto comercial importantíssimo no império espanhol, despertando também a cobiça dos adversários dos espanhóis. Por esse motivo sofreu seguidas invasões de piratas e corsários. Para protegê-la desses constantes ataques o rei Felipe II determinou em 1586 a construção de muralhas, fortes e baluartes no perímetro da cidade. O projeto ambicioso foi executado ao longo de mais de 200 anos em sucessivas etapas, sendo concluído em 1796.
É uma delícia caminhar sobre as muralhas, pois elas permitem lindas vistas do oceano e do interior da cidade. Muitas pessoas param ao final do dia para apreciar o pôr-do-sol e também para fazer um happy hour. Um detalhe apontado pelo Maurício e que causou interesse foi um dos materiais utilizados para a construção das muralhas. Corais, milhares e milhares de toneladas de coral. Basta se aproximar das paredes para observar com clareza os diversos tipos de corais incorporados na estrutura sólida das paredes. Obviamente que no mar do Caribe este seria um dos materiais estruturais mais abundantes para construir as muralhas e fortalezas. Fiquei imaginando como foi a extração desse material, todo o esforço e o sofrimento humano que devem ter cobrado as vidas de milhares de escravos para construirem essas fortificações. A obra militar do passado transformou-se num patrimônio histórico impressionante!     








domingo, 15 de maio de 2011

O Marlon Brando de Cartagena!

Eu queria escrever algo sobre esse cara! Para mim é um desafio escrever sobre um tipo humano; com suas complexidades, suas características psicológicas e os jeitos de ser de cada um. Eu estudei biologia, sei descrever uma planta ou um animal. É um vício do técnico, que eu carrego nas minhas palavras. Mas descrever o bicho homem, o bicho mulher; aahhh,  isso é mais difícil! E eu fico admirado com os textos que certos escritores conseguem criar para corporificar em palavras um ser humano. Mas por aqui não custa nada a brincadeira e eu não pago um real por isso. Mas quem é o meu personagem?
O "cara" é o "Marlon Brando de Cartagena". Encontramo-nos na Puerta del Reloj e ele foi o nosso guia de um dia inteiro pelas ruas e ruelas de Cartagena. É um legítimo tipo caribenho; com seu indefectível chapéu panamá e calçando sapatos brancos. Se estivesse no Rio de Janeiro eu poderia confundí-lo com o famoso malandro carioca. Mestiço, em suas próprias palavras, do alto de seus 67 anos de idade adora gabar-se da sua excelente condição física. São 12 quilômetros de caminhadas, todos os dias, pelas ruas de Cartagena, levando turistas para conhecerem mais da história oculta pelas muralhas sólidas da cidade colonial. E vaticina: "Esta cidade tem que ser conhecida caminhando!" Por onde ele passa, sempre aparece um aceno amigo pelas esquinas! Muito educado e cordial, conhece bastante da cidade e sabe aquilo que agrada o turista. 
Mas por que "Marlon Brando de Cartagena"? Essa alcunha fui eu quem aplicou e é apenas uma brincadeira. Seu nome é Maurício Marquez. Além de guia de turismo ele também atua como ator local. Com um sorriso maroto no rosto, faz questão de dizer que conheceu Marlon Brando e Sofia Loren, que em outras épocas estiveram em Cartagena, filmando no lindo cenário caribenho da Colômbia. Aliás, Cartagena é sede de um festival internacional de cinema, o mais antigo da América Latina, desde 1960. Mas é esse tipo, esse malandro caribenho, morador de Getsemaní, que nos deu uma aula de história sobre Cartagena. E eu queria escrever algo sobre esse cara! 




sábado, 14 de maio de 2011

Cartagena de Índias: curtindo o bairro de Getsemaní.

Nas "explorações" que fizemos em Cartagena de Índias, incluímos caminhadas pelo bairro no qual estávamos hospedados. Getsemaní não é um bairro chique,  mas tem o seu próprio charme. Embora a  arquitetura seja mais simples do que em outras áreas, é um importante bairro popular histórico. Aqui foi dado um dos primeiros gritos de liberdade na América do Sul, em 1811. É um lugar que faz um contraste interessante com a Ciudad Vieja e a empolada Bocagrande. Por aqui chegam muitos mochileiros em busca de acomodações econômicas e também aqueles que querem conhecer mais do povo de Cartagena. Em suas ruas estreiras e de coloridas casinhas coloniais também estão localizados vários bares interessantes para os apreciadores da vida noturna e bons restaurantes, como por exemplo o La Casa de Socorro, onde jantamos pratos da comida costeña. À noite moradores e turistas se reunem no ponto focal do bairro, o entorno da Plazuela de la Santísima Trinidad. Aqui você pode fazer uma parada para curtir uma das tantas noites cálidas de Cartagena, tomar uma boa cerveja gelada e comer saborosas pizzas a preços muito camaradas. Uma dica nessa linha é o Café de La Trinidad. É isso aí, ainda teremos mais posts sobre Cartagena! Aguarde. 




Com suas ruas estreitas e casinhas coloridas, Getsemaní tem um certo charme. Vale conhecer.




Iglesia de la Santísima Trinidad, construída em 1643.
Depois de muitas caminhadas pela cidade, que tal encerrar uma das suas noites em Getsemaní?

Café de la Trinidad, no ponto focal de Getsemaní, é uma boa dica para tomar uma cerveja e comer uma pizza.
Turistas e moradores se reúnem à noite na Plazuela de La Trinidad para curtir a noite cálida de Cartagena.
 As "comidas callejeras" são muito comuns em toda a Colômbia.
As condições de higiene normalmente são adequadas. Então, não deixe de apreciar esse costume do país.  

sábado, 7 de maio de 2011

A apaixonante Cartagena de Índias - Colômbia

Ainda estou relatando as fantásticas férias na Colômbia. Estou voltando um pouco no tempo para revisitar a apaixonante Cartagena de Índias. Meu Deus, o que posso eu escrever sobre essa maravilhosa cidade?! Eu acho; acho não, seria pouco, tenho certeza que me falta cacife literário para escrever a respeito desse lugar. Nem sequer conheço todos os adjetivos e o jogo das palavras que fossem capazes de exaltar a beleza de Cartagena. Também é incerto que tenha fotos à altura do despertar das emoções e do deleite dos sentidos pelos quais passamos em Cartagena! De qualquer modo, encontro consolo nas palavras. Nas palavras de um Nobel, pois depois de Gabriel García Márquez, quem seria tão apto assim para decantar a formosura de Cartagena?! Então, os posts e as fotos serão singelos, mas expressarão um profundo e honesto desejo de compartilhar algo do que vimos e sentimos naquelas paragens.
Chegamos em Cartagena no dia 14 de março de 2011, procedentes de Santa Marta. Esse foi o único deslocamento terrestre que fizemos na Colômbia. E foi bem tranquilo. Um transporte de van (Transporte Marsol - COP$ 40.000,00 p/p), agendado no próprio hotel, colheu a gente em Taganga e levou-nos até Cartagena, numa viagem que durou quatro horas. Nesse sistema as pessoas são apanhadas em locais previamente agendados, hotéis e nas casas, e também ocorre uma parada no escritório da empresa em Barranquilla. Então aumenta um pouco o tempo de viagem, mas nada de excepcional.
Em Cartagena desembarcamos bem na Puerta y Torre del Reloj, por volta do meio-dia. E como o calor é sempre intenso na cidade, logo tomamos um táxi para o Hotel Arsenal. É um hotel muito bem localizado no bairro de Getsemaní, que é coladinho no Centro Histórico, o nosso principal interesse na cidade. Grande número de turistas "opta" pela hospedagem em Bocagrande, uma área "moderna" de Cartagena, bem no estilo Miami Beach. Depois que discutimos a respeito, e pelas escolhas pessoais que orientam as nossas viagens, Márcia e eu tomamos a decisão de ficarmos bem próximos da Ciudad Vieja, pois queríamos sair na porta do hotel e logo mergulhar na história contida nas calles da cidade, em todos os momentos! Mas se você viajar com orientação de agências de viagem, é possível que eles "forcem" uma estada em Bocagrande. Chegamos até a considerar a opção, mas depois "saltamos fora", pois não fechava com o nosso estilo!
Chegando no hotel fizemos uma breve parada para descanso, mas logo no meio da tarde já saímos para caminhar e ter o primeiro contato com a cidade. Cartagena, definitivamente, merece ser conhecida na base das caminhadas!  E teríamos mais dois dias e meio para explorar as belezas da Ciudad Amurallada!

Primeiros contatos com as muralhas e o visual estonteante.

Bahia de Las Ánimas e Bocagrande, com vista do Hotel Arsenal.
Puerta y Torre del Reloj. A principal entrada da Ciudad Amurallada.
E logo no entrada, o fundador espanhol, Pedro de Herédia.
Portal de los Dulces, logo na entrada principal. 
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