sábado, 14 de março de 2009

Patagón I – concluindo a visita na Península Valdés

Estamos na Punta Norte, no dia 9 de março de 2006. Aqui a atividade estava intensa, com muita movimentação dos animais!!! O número de lobos marinhos era muito maior do que o de elefantes. E um dos sons que logo chamou a atenção não foi o das ondas quebrando na praia, mas sim os berros desafinados dos filhotes de lobos, em clamor constante e desesperado em volta de suas mães! Esfomeados, provavelmente estivessem pedindo a teta da mãe para mamar. Alguns filhotes estavam sozinhos, em pequenos grupos, e nessa confusão toda fica difícil imaginar como a mãe consegue encontrar o filhote na colônia. Mas é pelo olfato que eles conhecem uns aos outros. Logo depois percebemos uma figura diferenciada, imponente e possante no meio de todos aqueles animais. Um sultão! Um macho dominante daquele pedaço de praia, controlando todo o seu harén de fêmeas e filhotes.


Essas colônias de “lobos marinos” começam a ser definidas no mês de dezembro, quando os poderosos machos chegam nas praias e começam a disputar as fêmeas para formar os seus haréns. Procuram arrebanhar o maior número possível de fêmeas, entre cinco e quinze delas, e estabelecer um trecho de praia bem definido como os seus domínios. As fêmeas que vão chegando na praia ainda estão prenhas e o macho vai aguardar o parto para só então copular com elas. Elas parem uma só cria e isso acontece entre o meio e o final de janeiro. Ao nascer as fêmeas lambem e cheiram o filhote, criando um vínculo forte que no futuro ajudará a reconhecer a cria dentre centenas de outros filhotes. Uma semana após o parto as fêmeas entram novamente no cio e, depois de serem fecundadas, regressam ao mar por um par de dias para alimentarem-se. Ao regressar do mar, reconhecem sua cria pelo olfato, uma vez que os filhotes permanecem em grupos apertados de muitos indivíduos. Os filhotes vão se alimentar de um leite gorduroso por oito a doze meses até o desmame. E as mães vão alternar ingressos no mar para alimentarem-se por dois a três dias de cada vez, regressando para permanecer uns dois dias com a sua cria na colônia. Assim é a vida nas colônias desses animais.

Mas bem, é claro que eu queria tirar umas fotos bonitas daqueles animais, mas o vento atrapalhava bastante. Então resolvi montar um tripé que eu carregava comigo para fixar a câmera. Só que a minha máquina fotográfica era uma Sony do tamanho de uma carteira de cigarros. Foi cômico, no meio daquele monte de caras com possantes máquinas fotográficas e lentes enormes, lá estava eu, com a minha minúscula Sony no tripé. É claro que eu fui motivo para boas risadas de alguns deles!!! Mas eu retribuí com um sorriso, pois também achei engraçada aquela situação. Não me abalei e, acredito, tirei algumas boas fotos com o meu minúsculo equipamento!!! Quem não tem cão, caça com gato, diz o ditado!!! Voltamos para Puerto Madryn ao final do dia, cansados, porém, recompensados com a visita na espetacular Península Valdés.

2 comentários:

Fabíola Sad disse...

Mto legal o relato de vcs!
Não consigo parar de ler!
Parabéns!

Fabíola Sad disse...

Mto legal o relato de vcs!
Não consigo parar de ler!
Parabéns!

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