Patagón I – Espinilhos e as Yatay ...

Ainda no dia 6 de março de 2006. Fiquei muito contente ao entrar em Corrientes e reconhecer os espinilhos nos campos. Saí logo falando pelo rádio com o outro carro para chamar a atenção dos amigos. No Brasil essas árvores da família das Leguminosas ocorrem tão somente no Rio Grande do Sul, no Parque Estadual do Espinilho, no Município de Barra do Quaraí, constituindo uma pequena reentrância da formação no estado. Na Argentina os exemplares (conhecidos como algarrobos e outras espécies) fazem parte do bioma Espinal e Parque Mesopotamico. As formações de espinilho guardam forte semelhança com as savanas africanas, assim, imaginei umas zebras, girafas, gnus, leões e elefantes naqueles campos e me senti, por breves instantes, transportado para a África! Mas o que se vê, mesmo, são o gado e os cavalos aproveitando as ótimas pastagens ...

Mais ao sul, um local que tinha capturado a minha curiosidade já em 2005, quando viajamos, Márcia e eu, de ônibus, até Buenos Aires. Casualmente eu tinha avistado umas formações de palmeiras muito elegantes e belas num alvorecer e fiquei muito maravilhado com o visual. Depois descobri que se tratavam das palmeiras jataí (Butia yatay), ou Yatay, e o local era o Parque Nacional El Palmar, entre Concordia e Colón, na província de Entre Ríos. Este parque protege um significativo testemunho dessas formações de palmeiras na Argentina, pois em outras áreas estão ameaçadas de extinção. Paramos para tirar umas fotos e seguimos adiante, pois o trajeto já estava com atraso. Foi uma pena, pois o parque possui atrações interessantes para quem quer conhecer melhor o local.

Falando mais um pouco sobre a palmeira jataí, em fins de 2008, fiquei sabendo que o Rio Grande do Sul possui uma formação nativa remanescente dessas palmeiras, o Palmar de Coatepe, no interior do Município de Quaraí. Trata-se de um recanto de grande importância para a biodiversidade do país, mas que se encontra ameaçado por ações de degradação ambiental na região. Pretendo visitá-lo assim que possível!

Bem, escrevi este post para contar mais um pouco sobre a Patagón I e para traçar alguns paralelos entre os biomas da Argentina e algumas formações vegetais no sul do Brasil. Nas fotos apresento as formações de espinilho e as palmeiras jataí.