domingo, 8 de março de 2009

Patagón I - visitando a Península Valdés III

Continuando nos acontecimentos do dia 9 de março de 2006. Depois da emoção de avistarmos os primeiros guanacos na Patagônia, tocamos em frente até chegarmos em Puerto Piramides. Este é o único “pueblo” da península, local onde se pode encontrar uma estrutura básica de serviços, tais como restaurante, hospedagem e posto de combustível. Sua vocação principal é o turismo voltado para a observação das baleias-francas, a maior atração da região, com as atividades turísticas seguindo de julho até dezembro. Pois bem, seguimos até a beira da praia e descemos para caminhar um pouco e apreciar a visão do mar e dos belos “acantilados” que cercam a cidadezinha. Quem olha essas falésias tem a impressão de enxergar uma série de pirâmides egípcias enfileiradas. Acreditei que era esse visual que originava o nome do “pueblo”, embora um guia de bolso mencionasse um cerro chamado Pirámide para nomear a localidade. Achei a minha versão mais interessante! Tiramos algumas fotos e embarcamos novamente na Adventure para seguir na direção da Punta Cantor.

Inicialmente queríamos ir para Punta Delgada, mas terminamos aceitando as orientações de uma educadora ambiental do centro de interpretação para irmos direto em Punta Cantor, deixando de lado Punta Delgada. Segundo ela, em Punta Delgada poderíamos avistar elefantes marinhos, mas teríamos que pagar por tratar-se de uma área privada. Em Punta Cantor poderíamos avistar os mesmos elefantes sem custo adicional. Pareceu-nos uma boa no princípio, mas depois fiquei em dúvida a respeito.

Chegando em Punta Cantor estacionamos o carro junto ao posto de guardafauna e partimos para uma caminhada num “sendero” orientado. A trilha percorre a margem superior de uma falésia junto ao mar, de modo que os animais podem ser avistados de cima na praia rochosa, mas de uma distância relativamente grande. Enxergamos apenas uma meia dúzia de elefantes marinhos, imóveis, estirados preguiçosamente ao sol. Eles mais pareciam umas câmeras murchas de pneu de caminhão jogadas ao léu na praia! Confesso que, para quem esperava um espetáculo fabuloso da fauna marinha, fiquei bastante decepcionado naquele momento. Logo a seguir, a decepção transformou-se em aborrecimento, pois enquanto caminhávamos pelo “sendero”, o vento soprava forte e jogava muita poeira e terra por todos os lados, irritando os olhos e as narinas. Foi um saco! Ainda assim, consegui tirar umas fotos das plantas que estavam identificadas no "sendero" e tivemos uma bela vista da Caleta Valdés, local onde as orcas costumam serem avistadas. Mas para a nossa “sorte”, obviamente, não avistamos nenhuma! Aqui na Península Valdés existe um calendário de atrações comandado pela natureza; tudo tem o seu tempo certo. Os animais não estão aqui a nossa disposição. Como biólogo eu, minimamente, deveria saber disso ...


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